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Biblioteca Municipal da Golegã foi inaugurada Domingo passado. Instalada no antigo palacete Marques de Almeida, que em tempos albergou a GNR, a nova infra-estrutura do concelho foi inaugurada com a presença da Ministra da Cultura,
Isabel Pires de Lima, no dia mundial do Livro.
Na Golegã, Isabel Pires de Lima visitou os principais pólos de cultura goleganense, sob as instruções do edil José Veiga Maltez. Sendo recebida à entrada da vila e transportada ao centro no mais tradicional meio de transporte da Golegã – cavalo, a ministra visitou a casa estúdio Carlos Relvas e o Equuspolis onde teve oportunidade de conhecer parte da história da capital do cavalo, acompanhada pelo governador civil, Paulo Fonseca, a deputada Fernanda Asseisseira, diversos autarcas locais e muitos convidados.
Foi ao som da música clássica que a biblioteca da Golegã foi inaugurada. Os dois pisos do edifício foram visitados pela governante, que fez questão de observar o espólio literário de Carlos Relvas. De agora em diante ficam guardados
14 mil livros e 1700 registos audiovisuais na biblioteca da Golegã.O edifício, antigo palacete, restaurado e ampliado para o efeito, foi construído pela Câmara Municipal, ao abrigo do protocolo e financiamento (65%) do Instituto Português do Livro e da Biblioteca, uma vez que a biblioteca está inte-grada na Rede Nacional de Bibliotecas Públicas. Foi ainda financiada pelo PORLVT. O valor total deste empreendimento foi de aproximadamente um milhão de euros.
As áreas funcionais da biblioteca estão distribuídas em dois pisos onde se encontram o passa-do e o futuro. A infra-estrutura comporta salas de leitura e conto para as crianças e salas de leitura para adultos que podem ter acesso ao catálogo informatizado da biblioteca. Para uso livre, encontram-se dez computadores com acesso à Internet.
O presidente da autarquia diz que a biblioteca da vila a que preside não é nenhum luxo. “É tão infra-estrutura como um estrada boa, não é luxo nenhum”, considera Veiga Maltez. “Esta biblioteca é a porta de acesso local ao conhecimento e estou certo que vai conhecer as condições básicas, para aprendizagem ao longo da vida, para tomada de decisão independente, para desenvolvimento cultural do indivíduo e grupos sociais. Estou certo que vai ser uma força viva, para a cultura e informação. Será um agente essencial para promoção da paz e bem estar espiritual dos goleganenses”, referiu o presidente da autarquia no discurso de inauguração da biblioteca da vila.
Para a ministra da cultura investir na cultura é “o caminho certo”, “investir nas pessoas”. Isabel Pires de Lima referiu que a biblioteca “é um dos investimentos mais profícuos que esta Câmara Municipal oferece à população”. “As gerações presentes e as futuras dela usufruirão, e certamente muitos serão aqueles que, neste lugar, vão despertar ou avivar o gosto pela leitura”, acrescentou.
Até ao momento, o ministério da cultura, através do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, já apoiou um total de 261 municípios (incluindo Açores e Madeira), suportando 50% dos custos envolvidos na viabilização destes equipamentos. “Esta cifra representa já a cobertura de 84,7% do território nacional, composto por 308 municípios. A biblioteca da Golegã vem elevar para 149 o número de bibliotecas municipais abertas ao público ao abrigo deste programa”, adiantou a ministra, acrescentando que este ano irão ser inauguradas mais 12 bibliotecas no país.
Isabel Pires de Lima anunciou na Golegã que a partir de Julho deste ano o ministério da cultura, através do IPLB, em articulação com o INE e associações representativas do meio, APEL e UEP, irá iniciar um estudo destinado à definição de modelos de levantamento da informação estatística relativa ao livro, tanto a nível de oferta editorial como das aquisições. Este ano, disse a governante, será elaborado um estudo aprofundado sobre hábitos de leitura dos portugueses, um projecto partilhado entre o ministério da cultura, da educação e dos assuntos parlamentares, integrado no plano nacional de leitura, cuja apresentação está agendada para o próximo dia 2 de Junho.
Em 2007, será lançado em Portugal um Prémio de Edição, sobre a qualidade editorial, gráfica, técnica e estética.
Num dia de festa na vila, os alunos da Escola EB 2/3 Martins Correia recitaram poemas a mostrar que a cultura não tem idade. Houve tempo ainda para o lançamento do livro “A Vila da Golegã nos Últimos 250 anos”, de Paulo Martins de Oliveira, editado pelo município. Recorde-se que a Golegã não dispõe de espólio literário antes de 1812, altura das invasões francesas. “Não temos essa história para contar. Ele (autor) foi procurá-la. O ano de 1957 também é um ano dramático para a Golegã, com um incêndio nos Paços do Concelho”, lembrou José Veiga Maltez. A autarquia apresentou também a colectânea de textos premiados no II Prémio Literário da Golegã.
Fonte: Jornal Regional - 26-4-06